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Climatério e reposição hormonal

Climatério é o nome científico que descreve a transição fisiológica do período reprodutivo para o não reprodutivo na mulher.

O período do climatério abrange a menopausa, que ocorre com a última menstruação espontânea. O climatério faz parte do processo de envelhecimento da mulher. Com ele, aparecem muitos desconfortos, que são produzidos pela diminuição da produção hormonal ovariana.

Quando a mulher chega a essa fase, é necessário procurar por um aconselhamento junto ao ginecologista que avaliará o caso de forma peculiar e, caso necessário, irá indicar o tratamento de reposição hormonal ou terapia de reposição hormonal (TRH).

 

Terapia de reposição hormonal

O tratamento de reposição hormonal pode ser recomendado, a partir dos 40 até os 65 anos, período identificado como climatério, ou seja, fase final da idade reprodutiva e início da senilidade da mulher.

O diagnóstico é feito no consultório, mediante as queixas mencionadas pela paciente, que podem ser insônia, perda da libido, irritabilidade, dentre outros sintomas que reduzem e oferecem um impacto direto sobre a qualidade de vida da mulher.

De 10 a 15 anos antes da mulher atingir a menopausa, é identificada uma redução mais significativa na contagem dos folículos ovarianos.

A desaceleração indica que o nível de estrogênio está em queda, sendo que esse hormônio é responsável por regular diversas funções no organismo feminino.

Em resumo, a baixa produção de hormônios é que faz com que o corpo apresente variações e o tratamento de reposição hormonal pode minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da paciente.

O que é o tratamento de reposição hormonal?

Como o seu nome já diz, é um tratamento de reposição dos hormônios estrogênio e progesterona, que normalmente são desenvolvidos de forma espontânea pelo organismo (em maior quantidade durante o período reprodutivo feminino). Entretanto, com o passar dos anos, essa capacidade produtiva começa a desacelerar e é nesse momento que medicamentos e até alimentos passam a ser aliados da saúde da mulher.

A menor produção do estrogênio faz com que a mulher apresente alguns incômodos, tais como:

  • Irregularidade no ciclo menstrual: a mulher pode apresentar aumento do intervalo entre os ciclos menstruais e menstruações com fluxos mais acentuados;
  • Sintomas vasomotores: rubores no pescoço e na face começam a acontecer com bastante frequência. As famosas “ondas de calor” são muito comuns nesse período;
  • Palpitações: a menor produção de estrogênio pode resultar em uma disfunção cardíaca e vascular, promovendo palpitações sem motivo aparente;
  • Suor noturno: a mulher passa a sentir mais calor e a acordar devido a isso;
  • Irritabilidade: distúrbios emocionais fazem parte deste período;
  • Sintomas de atrofia urinária e genital: a mulher pode passar a sentir dores ao urinar, sentir uma alteração na frequência de micção e dores durante a relação sexual. A espessura do epitélio genital fica cada vez mais fina, com característica atrófica;
  • Perda da libido: resultado da menor lubrificação, que resulta em dor na penetração;
  • Insônia: o climatério influencia diretamente a produção de serotonina, responsável pela regulação do humor, sono e afins.

Quando é indicado o tratamento de reposição hormonal?

Assim que a mulher reconhecer alguns desses sintomas e confirmar a necessidade juntamente ao médico ginecologista, ela pode dar inicio ao tratamento de reposição hormonal.

Entretanto, antes de fazer o uso de medicamentos hormonais, o ginecologista deve afastar possíveis contraindicações ao uso de hormônios, sendo elas: histórico de câncer de mama, histórico de câncer de endométrio, sangramentos vaginais mais comuns sem motivo aparente, nem diagnóstico de doença relacionada, doenças no fígado, histórico de porfiria e antecedente pessoal de trombose venosa ou arterial.

Caso a mulher apresente alguma contraindicação, é desaconselhado o tratamento de reposição hormonal, pois ele pode piorar o quadro dessas doenças pré-existentes. Mulheres sem histórico de quaisquer doenças associadas podem iniciar o tratamento de reposição hormonal.

Isso resultará em uma melhora na qualidade de vida, principalmente:

  • Melhora nos sintomas vasomotores;
  • Melhora do trofismo urogenital;
  • Redução na incidência de câncer no intestino;
  • Melhora na qualidade óssea e prevenção da osteoporose.

Esse tratamento de reposição hormonal pode ser feito por via oral (medicamentosa), via adesivo transdérmico, gel ou implante subcutâneo.

Quais são os possíveis efeitos colaterais do tratamento de reposição hormonal?

Os efeitos colaterais do tratamento de reposição hormonal ocorrem a longo prazo. Os ginecologistas desaconselham que essa terapia exceda cinco anos, pois, após esse período, há um aumento na incidência de câncer de mama e de câncer de endométrio em mulheres que fizeram a terapia de reposição hormonal.

Os possíveis efeitos colaterais variam de acordo com cada organismo, sendo que, caso seja identificado algum desconforto, o médico ginecologista deve ser avisado de forma imediata. Ele avaliará a necessidade de suspender o tratamento de reposição hormonal ou indicar uma nova alternativa.

A alimentação pode auxiliar neste tratamento?

Sim. A mudança no hábito alimentar interfere diretamente na minimização dos sintomas do climatério. Toda paciente no climatério deve ser orientada a realizar uma mudança na dieta, principalmente abandonar a dieta hipercalórica, diminuir o consumo de carboidratos e diminuir a ingestão de gordura saturada.

Outra orientação refere-se ao maior consumo de grãos integrais, frutas, legumes, carnes brancas e peixes. Pode ser indicada a procura de um nutricionista ou endocrinologista para a criação de uma dieta balanceada e que supra todas as necessidades calóricas da paciente em tratamento de reposição hormonal.

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