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O Que é Foot Core? Conheça os Benefícios Desta Técnica

Foot Core

O Que é Foot Core? Conheça os Benefícios Desta Técnica

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Foot Core é muito importante para a movimentação do pé, além de ser um ótimo estímulo para evitar lesões em corredores?

Isso pois através desta ativação, o indivíduo auxilia para a estabilidade e movimentação do pé, ajudando não locomoção e ativação dos músculos da região.

Desta forma, iremos descobrir agora que é o Foot Core, como realizar esta técnica e quais benefícios o mesmo proporciona para o indivíduo. Vamos conferir?

Anatomia do Pé

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Musculatura intrínseca do pé

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A musculatura intrínseca do pé é formada por 13 músculos sendo eles:

Dorso do pé, 2 músculos:

  • Extensor curto dos dedos –  Inserção Proximal: calcâneo, inserção distal: tendão do 2º, 3º e 4º extensor longo dos dedos, inervação: nervo fibular profundo (L5 – S1) e ação: extensão do 2º ao 4º dedos;
  • Extensor curto do hálux –  Inserção Proximal: calcâneo, inserção distal: falange proximal do hálux, inervação: nervo fibular profundo (L5 – S1), ação: extensão do hálux;

Região Plantar Medial, 3 músculos:

  • Abdutor do hálux – Inserção Proximal: calcâneo, inserção distal: falange proximal do hálux
  • Nervo Plantar Medial (L5 – S1) – Ação: flexão e Abdução do hálux, flexor curto do hálux: inserção Proximal: cuboide e cuneiforme lateral, inserção Distal: falange proximal do hálux, inervação: nervo plantar medial e lateral (L5 – S1), ação: flexão da MF do hálux;
  • Adutor do hálux – Inserção Proximal: 2º, 3º e 4º metatarsais, inserção distal: falange proximal do hálux, inervação: nervo plantar lateral (S2 – S3), ação: Adução do Hálux;

Região Plantar Lateral, 3 músculos:

  • Abdutor do dedo mínimo – Inserção proximal: calcâneo, inserção distal: falange proximal do 5º dedo, inervação: nervo plantar lateral (S2 – S3), ação: abdução do 5º dedo;
  • Flexor curto do dedo mínimo – Inserção Proximal: Cuboide, inserção Distal: Falange proximal do 5º dedo, inervação: nervo plantar lateral (S2 – S3), ação: flexão da MF do 5º Dedo;
  • Oponente do dedo mínimo – Inserção proximal: cuboide, inserção distal: 5º metatarso, inervação: nervo plantar lateral (S2 – S3), ação: adução do 5º metatarso;

Região Plantar Média, 5 músculos:

  • Flexor curto dos dedos – Inserção proximal: calcâneo e aponeurose plantar, inserção distal: falange intermédia do 2º ao 5º dedo, inervação: nervo plantar medial (L5 – S1), ação: flexão da IFP e IFD do 2º ao 5º Dedos;
  • Quadrado plantar – inserção proximal: calcâneo, inserção distal: tendões do flexor longo dos dedos, inervação: nervo plantar lateral (S2 – S3), ação: flexão da MF, IFP e IFD do 2º ao 5º Dedos
  • Lumbricais interósseos – inserção proximal: tendão do flexor longo dos dedos, inserção distal: tendão do extensor longo dos dedos e falange proximal do 2º ao 5º dedo, inervação: nervo plantar medial (2º e 3º dedos) e plantar lateral (4º e 5º dedos) (L5 – S3), ação: flexão da MF e propriocepção
  • Interósseos plantares, 3 músculos – Inserção proximal: borda medial do 3º ao 5º metatarsos, inserção distal: borda medial das falanges proximais do 3º ao 5º dedos, inervação: nervo plantar lateral (S2 – S3), ação: aproximação (Adução) dos dedos e flexão das MF;
  • Interósseos dorsais, 4 músculos – Inserção Proximal: entre os ossos metatársicos, inserção distal: bases das falanges proximais do 2º ao 4º dedos e tendões dos extensores longos dos dedos, inervação: nervo plantar lateral (S2 – S3), ação: afastamento (Abdução) dos dedos e flexão das MF.

Estabilidade do pé

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A estabilidade do pé depende de três sistemas essenciais que são: o sistema ativo formado pelos músculos intrínsecos e extrínsecos do pé, sistema passivo formado por ossos, ligamentos, aponeurose e cápsula articular e sistema neural formado por receptores musculares, receptores ligamentares e receptores cutâneos.

É necessário que os arcos do pé possam ter a estabilidade necessária para promover uma ótima descarga e absorção de peso, em contrapartida, necessita simultaneamente serem “deformados” durante as atividades dinâmicas.

Existem 3 tipos de arcos plantares: Cavo, plano e normal, onde o pé plano, possui o arco desabado, que seria com a menor absorção de impacto e onde a musculatura intrínseca necessitaria de bastante fortalecimento. O pé cavo em tese, tem essa mesma musculatura estaria contraturada ou encurtada, necessitando de intervenção também, a absorção de impacto também estaria prejudicada. A medida de um arco considerado “normal” seria o espaço de um dedo pela parte medial do pé.

A instabilidade do pé gerará um alinhamento ruim e um padrão de movimento anormal que poderá ser fator causal de lesões não traumáticas e por overuse, em geral, os músculos dinâmicos ou de movimento que se lesionam e neles são focados todo tratamento e atenção, mas se o desejo é resultado a longo prazo e estabilidade, devemos dividir esse foco com os músculos locais (como já é feito com tratamento de coluna), se fortalece a musculatura estabilizadora para que haja um movimento harmônico e seguro, tendo como foco o alinhamento da estrutura, pois com a falta deste haverá compensação desde a fase inicial de um movimento.

Na busca em artigos foi visto que a avaliação da musculatura íntima do pé foi falha, quando procurado por neuropatia diabética e dedos em garra (condições que tem sido relacionadas com a falta de força na flexão dos dedos e/ou atrofia dos músculos do pé), não existe um padrão ouro para esta avaliação, mas foram utilizados: teste de força de flexão dos dedos (se torna limitado pois é difícil separar as contribuições dadas para o teste entre os músculos intrínsecos, extrínsecos e flexores), exames de imagem (ultrassonografia e ressonância magnética), eletromiografia, adicionando também baropodometria.

A melhor opção seria a eletromiografia associada a ultrassonografia em tempo real, para verificar a localização correta do eletrodo, a ressonância seria mais utilizada para verificar o volume muscular.

Conceito de Core

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Imagem retirada do site: http://www.skatesaude.com.br

O conceito Core começou a ser estudado nos anos 80 e 90 e ganhou muita força recentemente devido a treinamento funcional, Crossfit e principalmente ao sucesso do Método Pilates.

O core é formado pela musculatura que circunda o centro de gravidade do corpo (região em torno do umbigo), basicamente formado por músculos abdominais e que passam pela região lombar das costas, os principais são: reto abdominal, oblíquos (interno e externo), tranverso do abdômen, multífidos, glúteos, quadrado lombar, eretor da espinha, iliopsoas e bíceps femoral.

A sua função é dar estabilidade e sustentação de praticamente todos os movimentos, por isso é extremamente importante a correta ativação desses músculos.

Um déficit nessa ativação torna o Core fraco, o que leva a instabilidades funcionais e alterações nos padrões de movimentos. Além da estabilidade, possui em conjunto com a mesma a tarefa de proteção a coluna vertebral evitando excesso de mobilidade ou de carga, especialmente na região lombar.

Os músculos utilizados no Core são divididos em locais e globais sendo: os locais um grupo de músculos de sustentação e estabilidade, geralmente de curta alavanca, que permitem aos globais (músculos de torque), realizarem movimentos com segurança e harmonia, sem desequilíbrios ou sobrecargas a determinadas regiões.

Os músculos locais são ativados antes mesmo de qualquer movimento ser iniciado, para dar a sustentação e aí ser realizado tal ação. Se a musculatura não for ativada corretamente, não vai fornecer estabilidade suficiência outra terá que assumir essa tarefa junto com a sua de origem, podendo ocasionar sobrecarga, levando a uma lesão por uso excessivo.

O que é Foot Core?

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O Foot Core nada mais é que o conceito de core tradicional (Power House, centro de força), aplicado ao pé.

O core do Pé ou Foot core, é toda essa mesma ideia citada acima, aplicada aos pés, que teria um grupo de pequenos músculos que dariam estabilidade ao pé, consequentemente a corrida e caminhada.

Essa nova ideia foi proposta por um grupo de pesquisadores coordenados pela pesquisadora e fisioterapeuta Irena Davis, da Universidade de Harvard.

A ideia surgiu de que a musculatura intrínseca do pé (vários pequenos músculos que ficam localizados exclusivamente em seus ossos), poderia atuar da mesma forma que os abdominais e a musculatura íntima da coluna, gerando estabilidade e sustentação ao pé, os arcos plantares são “controlados” e formados, sem eles o pé ficaria “chato” por musculatura local e movimentados por musculatura global, semelhante a como ocorre no core abdominal.

Esses músculos locais do pé estão em quatro camadas e se originam e se fixam dentro do pé sem ligação com o tornozelo ou a canela. Esses músculos considerados locais geralmente têm pequenos braços de alavanca, áreas transversais pequenas e servem para dar estabilidade, já os globais no caso do pé, originam-se na parte inferior da perna, atravessam o tornozelo e o pé, eles têm maior área transversal e maiores braços de alavanca, são os principais motores do pé, que geram movimento e também ajudam a conferir estabilidade, não sendo essa sua função primária.

Algumas pesquisas têm mostrado que esses pequenos músculos são indispensáveis para os movimentos de corrida, porém muitas vezes negligenciados, por corredores e também por profissionais da saúde, sendo o pé o segmento essencial para a corrida, mas a gente só treina, braço, perna e tronco, não é mesmo?

A cada passo dado as quatro camadas de músculos intrínsecos vão agir para controlar o grau de velocidade e quantidade de deformação que os arcos plantares irão sofrer, quando não estão funcionando corretamente eles se tornam instáveis e de funcionamento prejudicial, gerando movimento anormal do pé e isso é passado ao resto do seguimento, em geral se manifestando em patologias relacionadas ao próprio pé por ser a base.

O pé possui vários pequenos músculos que ficam localizados exclusivamente em seus ossos, chamados de intrínsecos do pé (eles não têm relação com o tornozelo e a canela). Embora pequenos eles têm duas funções importantes: ajudar na formação e manutenção dos arcos do pé (para que ele não fique um “pé chato”) e dar estabilidade ao pé, permitindo que seus movimentos ocorram de forma adequada. É como no tronco, onde os músculos pequenos e mais profundos dão firmeza para os movimentos de músculos maiores.

Dra. Davis ao procurar protocolos de tratamentos de lesões da extremidade inferior em artigos, como: fasceíte plantar, canelite, dores crônicas, neuropatia diabética, dedos em garra, em que teoricamente a musculatura intrínseca do pé poderia estar enfraquecida, não se encontrou NENHUMA menção de fortalecimento da mesma ou do pé, como parte do tratamento.

Exercício de Foot Core

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A ideia dos exercícios de Foot Core é trabalhar os músculos que estão exclusivamente no pé, então é importante mover a perna o mínimo possível e se concentrar na região central do pé, que é onde se encontram esses músculos.

O exercício principal consiste em elevar o arco medial do pé (aquela curva na parte interna), sem mover os dedos e a perna, no início é difícil, mas com a prática vai se conseguindo trabalhar essa musculatura mais interna, assim como um exercício de ativação de transverso de abdômen.

Pode ser realizada flexão dos dedos com eletroestimulação associada contração ativa com carga e eletroestimulação com corrente aussie sob os parâmetros: frequência portadora 1khz, duração de burst ou de pulso 4ms, frequência de modulação ou freq. De pulso 30 a 50 hz para fibras vermelhas, oxidativas e de 50 a 80hz para atingir mais fibras brancas de explosão, t on 10 e t off 10, rise e decay 1 segundo.

Exercício de abertura e fechamento dos dedos também ajudam no fortalecimento.

Benefícios do Foot Core

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O fortalecimento da musculatura pode ser benéfico para:

  • Reestabelecer o arco
  • Melhora de equilíbrio
  • Aumento de força de flexão de dedos
  • Reposicionamento do navicular

Já o alinhamento do pé e do arco trata maiores benéfico para:

  • Padrão de movimento anormal
  • Lesões
  • Overuse
  • Músculos
  • Harmonia
  • Compensação

Vale lembrar que praticar corrida descalço, também pode ser benéfica para a musculatura do pé e o restabelecimento do arco plantar, porém sem total comprovação científica.

Conclusão

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Os pés, são responsáveis pela locomoção do corpo, por isso, é comum que o mesmo seja lesionado frequentemente, principalmente em caso de pessoas praticantes de corrida.

o Foot Core é um grande aliado em combate a possíveis lesões, isso pois esta técnica auxilia para a estabilidade dessa parte do corpo, fortalecendo e equilibrando o mesmo.

Sendo assim, podemos dizer que o Foot Core é um uma ótima opção para nós fisioterapeutas que desejamos tratar nossos pacientes com qualidade em relação ao fortalecimento do Pé.

Referências

The foot core system: a new paradigm for understanding intrinsic foot muscle function

Freeing the Foot: Integrating the Foot Core System into Rehabilitation for Lower Extremity Injuries

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