A adenomiose é um espessamento da parede interna do útero, que pode causar sintomas como dor, sangramento ou cólicas intensas, especialmente durante a menstruação.
Esses fragmentos endometriais são instalados na posição errada e irão promover inflamação durante a menstruação, levando a alguns sintomas que afetam diretamente a qualidade de vida da mulher.
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Para entender a adenomiose, você precisa entender como o útero é formado. É dividido em três camadas:
- A camada interna, chamada endométrio, é composta de glândulas. Implantação de embriões neste local;
- A camada média, chamada miométrio, é composta de músculos. Nesse local, as contrações ocorrem durante o parto;
- A camada externa chamada serosa separa o útero de outros órgãos da pelve (como as alças do intestino e a bexiga).
A adenomiose ainda é uma doença pouco compreendida, mas acredita-se que possa ser causada por trauma uterino causado por cirurgia ginecológica anterior, mais de uma gravidez ao longo da vida ou cesariana.
A adenomiose pode ser uma das causas de outros problemas, como dismenorreia (dor durante a menstruação) ou sangramento uterino anormal.
Sabe-se que o desenvolvimento da adenomiose depende da presença do hormônio feminino estrogênio. Portanto, frequentemente coexiste com outras doenças dependentes de estrogênio, como miomas, endometriose, pólipos e hiperplasia endometrial.
Tipos de adenomiose
Os dois tipos de adenomiose são: a difusa e a focal.
- Adenomiose focal: Quando glândulas e tecidos estão presentes em uma parte específica do útero.
- Adenomiose difusa: Quando há glândulas e tecidos por todo o útero.
Dependendo da área do útero afetada, a adenomiose pode ser classificada como superficial, intermediária ou profunda.
No caso de adenomiose difusa, o útero pode crescer até um tamanho semelhante ao da 12ª semana de gravidez. Em casos localizados (focais), o tecido endometrial pode formar nódulos e tornar-se semelhante a miomas, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico de adenomiose.
Sintomas da adenomiose
Embora alguns casos sejam assintomáticos (a assintomática em aproximadamente 35% das mulheres afetadas), alguns podem se apresentar como:
- Cólicas menstruais intensas;
- Sangramentos vaginais irregulares e algumas vezes abundantes;
- Dor nas relações sexuais;
- Desconforto e inchaço abdominal;
- Prisão de ventre e dor ao evacuar.
Adenomiose e gravidez
A adenomiose pode causar complicações na gravidez e também afetar diretamente a fertilidade da mulher. A pesquisas mostra que as pacientes com adenomiose têm mais abortos no primeiro trimestre da gravidez e mais partos prematuros.
Além disso, em alguns casos, a adenomiose pode dificultar a implantação do embrião na cavidade uterina, o que dificulta a concepção.
O efeito da adenomiose na fertilidade pode ocorrer por meio de vários mecanismos:
- O corpo trata a adenomiose como agressão. Portanto, ele tenta induzir um processo de cura que aumenta a produção de prostaglandina E2 (PGE2) e estradiol (um tipo de hormônio estrogênio) no útero. A consequência é a diminuição do efeito da progesterona, o hormônio envolvido na fertilização e implantação do embrião;
- A PGE2 e o estradiol também aumentam a contratilidade uterina, que pode expulsar o embrião da cavidade uterina, dificultando a implantação, além de aumentar o risco de aborto tardio, parto prematuro e ruptura pré-gestacional. Esses eventos costumam ser mais comuns em mulheres com adenomiose;
- A imunidade também é exacerbada com a ativação de macrófagos (células de defesa do corpo) e a produção de altos níveis de óxido nítrico, que podem levar à falha de implantação e aborto prematuro;
- A resposta inflamatória excessiva do corpo à adenomiose aumenta a produção de radicais livres que podem piorar a qualidade dos óvulos, espermatozoides e embriões.
Tratamento da adenomiose
O tratamento será determinado pelo seu médico dependendo da gravidade e gravidade da sua doença, e pode ser com medicação ou cirurgia, conforme o caso.
Para mulheres que têm filhos e não querem mais engravidar, a opção de tratamento mais indicada é a histerectomia (retirada do útero), que pode curar completamente a doença, embora existam alguns procedimentos menos invasivos que visam remover parcial ou totalmente o útero lesões, melhoram a chance de gravidez e os sintomas da doença.
Quando a infertilidade não pode ser controlada por medicamentos ou cirurgia, a tecnologia de reprodução assistida (datação programada, inseminação intrauterina ou fertilização in vitro) é recomendada.
É necessário avaliar cuidadosamente cada situação para recomendar individualmente o melhor tratamento.
Na maioria dos casos, a fertilização in vitro é o método de tratamento mais adequado, pois utiliza técnicas complementares para aumentar as chances de gravidez.
A recomendação é tratar essa patologia por pelo menos três meses antes da transferência do embrião.
Antes de iniciar o tratamento de fertilização in vitro, as mulheres precisam se submeter a uma série de testes para que a adenomiose não prejudique a implantação do embrião.
Uma vez que o embrião é transferido para a cavidade uterina, ele deve ser acompanhado de perto por um especialista.
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A adenomiose não é um problema para mulheres grávidas ou bebês. Como não há menstruação nesse período e o efeito da progesterona no útero da gestante aumenta nesse período, a doença pode até ser reduzida durante a gravidez.
Se você tem essa doença e deseja engravidar, marque uma consulta com um médico especialista em reprodução humana para avaliação e tratamento.
O diagnóstico de adenomiose deve ser feito por um ginecologista, geralmente por meio de ressonância magnética e observação de sintomas como dor, sangramento intenso ou queixas de dificuldade de concepção.
Fontes
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo);
Ministério da Saúde.