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Hipérico trata ansiedade e problemas renais

Hipérico

Hipérico trata ansiedade e problemas renais

O Hipérico é usado principalmente para o tratamento de problemas como depressão e insônia.

Esta planta também é chamada de orelha de gato, hypericum, erva de São João ou mesmo arruda do campo. Esta erva pode ter vários nomes e pode ser encontrada em várias regiões do Brasil.

Você encontrará todas as informações sobre esta pequena erva. Por exemplo, quais são seus principais benefícios e propriedades para a saúde, cuidados e contra-indicações, e como cultivar a erva em casa.

Características do Hipérico

A erva Hipérico é um dos nomes populares para um arbusto perene pertencente à família Hypericaceae e ao gênero Hypericum, que possui mais de 450 espécies conhecidas.

A erva , cientificamente chamada de Hypericum perforatum, tem sido usada pela medicina popular há mais de dois mil anos para tratar várias doenças.

Também pode ser encontrado em todo o mundo. Ela cresce naturalmente em partes da Europa, China, Norte da África e no continente americano, especialmente em locais com temperaturas amenas. Por isso, possui diversos nomes e usos medicinais.

A principal característica desta planta são as suas folhas ovais e pequenas com 0,7 a 4 centímetros de comprimento. São azul-esverdeados, opacos e possuem glândulas que secretam substâncias oleosas e incolores.

As flores são amarelas ou laranja, pequenas e numerosas. Com pétalas compridas e pequenos pontos pretos. A raiz, por outro lado, é lenhosa e bastante resistente.

Para fins medicinais, apenas as folhas e flores são utilizadas. A maioria dos fitoquímicos usados ​​para fins medicinais é extraída dela. (1)

O método de consumo mais popular na medicina tradicional é a forma de chás. As infusões de folhas frescas têm um sabor e aroma fortes e distintos.

Veja Mais: Melão-de-são-caetano e seus benefícios medicinais a saúde

O sabor é geralmente descrito como uma mistura de ácido, picante, adstringente e muito aromático, principalmente quando se usa as folhas mais próximas da flor. Após a maceração, produzirá um líquido vermelho escuro com um cheiro forte. (2)

Quais os benefícios e propriedades do Hipérico?

Como já mencionado, esta erva tem sido usada há milênios na medicina popular. Fazendo assim, parte principal do tratamento de diversos problemas de saúde.

Portanto, é considerada uma planta com alto potencial medicinal, e muitos estudos têm sido realizados sobre seus benefícios à saúde. Tem sido indicado no tratamento de ansiedade, problemas renais  e até mesmo para afastar roedores das casas.

Descubra agora quais são os oito principais benefícios e propriedades do hipérico  que foram confirmados pela ciência.

1- É antioxidante

Uma das principais propriedades encontradas nas folhas e flores da erva é o seu efeito antioxidante. Principalmente porque um grande número de substâncias extraídas dela são chamados de compostos fenólicos.

Esses compostos são ricos em flavonóides e ácidos glicosilados. Um importante antioxidante que impede a decomposição das células humanas.

A ingestão do extrato da folha da erva ajudou a aumentar os efeitos de várias outras substâncias com propriedades antioxidantes. (1)

É importante saber que essas substâncias atuam na manutenção de vários órgãos do corpo.

Por exemplo, um estudo conduzido por pesquisadores chineses em 2004 mostrou que a erva de São João pode ser usada como um tratamento complementar para doenças cardíacas. Especialmente seu efeito protetor nas células do órgão. (3)

2- Possui propriedades antidepressivas e ansiolíticas

Um uso muito comum do hipérico é no tratamento de depressão e ansiedade leves. Inclusive, desde o final da década de 90 ela é receitada para tratar depressão leve ou sazonal em países da Europa. (1)

Portanto, alguns estudos foram realizados para analisar a eficácia desta erva. Um deles foi publicado em 2011 por pesquisadores brasileiros, demonstrando que a planta tem efeito positivo na depressão moderada e grave.

Como não há efeitos adversos nas principais drogas utilizadas, o uso de extratos é mais aceito entre os pacientes. (4)

3- Bactericida e antifúngico natural

O chá e a tintura da erva também possuem propriedades bactericida e antifúngica. Ou seja, eles possuem compostos fitoquímicos que ajudam a eliminar esses organismos que são causadores de inúmeras doenças. (5)

4- É antiviral

Outro benefício encontrado nas folhas de erva-de-são-joão é sua atividade antiviral. Estudos laboratoriais mostraram que o extrato dessa erva ajudou a reduzir a carga viral em pacientes tratados para AIDS e hepatite C. (6)

No entanto, nunca deve ser usado em detrimento dos tratamentos convencionais. Isso ocorre porque ainda precisamos saber mais sobre as propriedades desta erva e seus efeitos colaterais.

5- Tem efeito hipoglicêmico

O nível de glicose no sangue de pacientes diabéticos aumenta porque o corpo não consegue digerir totalmente a glicose. Drogas com efeito hipoglicêmico são utilizadas para o controle. Isso significa que elas reduzem os níveis de glicose no sangue.

O consumo do chá hipérico por ratos diabéticos, ajudou a reduzir e controlar os níveis de glicose no sangue e os níveis elevados de insulina, hormônio que metaboliza esse nutriente. (1)

6- Potente anti-inflamatório natural

Desde os tempos antigos, esta erva tem sido usada para vários fins. Desde o alívio do estresse e problemas com insônia até o tratamento de inflamações.

Neste último caso, o extrato pode ser aplicado diretamente na lesão ou consumido. As propriedades anti-inflamatórias estão diretamente relacionadas à atividade bactericida, que ajuda a conter a inflamação severa. (7)

7- Possui propriedades cicatrizantes

Outro fator que torna a erva de São João um importante aliado no tratamento de lesões são suas propriedades cicatrizantes. Uma infusão de folhas de ervas aplicadas diretamente na área ajudou a reduzir o sangramento, estimulando a coagulação.

O melhor é que esta erva pode ser utilizada em forma de pomada. Principalmente porque não causa alergias ou tem efeitos colaterais graves. (1)

8- É um analgésico natural

a erva também mostrou propriedades antinociceptivas. Isso significa que seu consumo reduz a percepção de dor em até 80%. Isso tem um efeito analgésico natural.

Um estudo de 2004 que usou cãibras abdominais e testes de calor descobriu que o chá de hipérico era 75% mais eficaz do que o ibuprofeno no alívio da dor. Além de ter menos efeitos colaterais. (1)

Existem contraindicações para o uso?

Como acontece com qualquer medicamento fitoterápico, há contra-indicações para o uso dessa erva. Portanto, mulheres grávidas ou amamentando devem evitar consumir a erva.

Principalmente porque reduz o nível de prolactina, hormônio responsável pela produção de leite. Além disso, existem poucos estudos avaliando os efeitos colaterais da planta no desenvolvimento fetal.

As crianças com menos de 6 anos também fazem parte do grupo que não deve consumir a erva de São João. Da mesma forma, pessoas alérgicas ou sensíveis devem evitar consumi-la.

Também é importante evitar o uso excessivo de erva de São João, pois pode causar fotossensibilidade, danos à pele, fadiga e irritação gastrointestinal. Por fim, a exposição ao sol deve ser evitada ao máximo durante o tratamento com ervas, devido à sua sensibilidade à luz. (7)

A dose diária máxima para adultos é de 4 gramas de erva de São João, três vezes ao dia. É necessária uma pausa a cada 30 dias no tratamento. Quando algum sintoma negativo aparecer, interrompa o uso e consulte um médico.

Interações medicamentosas do Hipérico

Um dos maiores perigos do consumo do hipérico é que seus fitoquímicos interagem com diversos tipos de medicamentos. Portanto, nunca deve ser usado por pacientes com condições médicas crônicas ou sob medicação controlada sem antes consultar um médico.

Por exemplo, devido aos seus efeitos antidepressivos, a erva de São João pode potencializar os efeitos dos medicamentos usados ​​para tratar a depressão grave. Além de aumentar o risco de reações adversas ou efeitos colaterais graves.

O mesmo ocorre com o uso de anticonvulsivantes e anticoagulantes. Pessoas em tratamento para AIDS também devem evitar consumir a erva, que pode aumentar a carga viral no sangue.

Finalmente, pessoas que usam imunossupressores, como receptores de transplantes, anticoncepcionais e medidas de controle da asma, também podem ter interações negativas com a erva de São João.

Como plantar?

A erva de São João é uma planta fácil de cultivar. Por ser uma erva perene, pode sobreviver por muito tempo e se manter vigorosa. Além disso, pode crescer a partir de sementes ou mudas. No entanto, as plantas derivadas de sementes são mais resistentes a pragas e mudanças climáticas.

Uma dica importante é que as sementes não devem ser enterradas durante o plantio, porque precisam de luz para que possam germinar.

No entanto, é importante plantá-las a uma temperatura média de 20 ° C a 25 ° C. Antes disso, as sementes devem permanecer na geladeira por quatro semanas antes de serem colocadas no solo.

Após a germinação, geralmente se adapta bem a diferentes tipos de solo. Dos mais secos e menos fertilizados aos fertilizados. Porém, não podem ser regados excessivamente e o solo deve ser bem drenado. Outro ponto importante é que devem estar em contato direto com o sol.

Após um ano, as folhas podem ser colhidas e secas em local fresco. Logo em seguida, devem ser armazenados em vidros lacrados e não em contato direto com a luz solar.

Onde comprar a erva pronta para consumo?

Você viu os principais benefícios e contra-indicações do uso da erva de São João neste artigo. Se você está interessado nas características da planta, saiba que ela pode ser encontrada em todo o país.

As ervas preparadas para o preparo de chás, tinturas ou cápsulas podem ser encontradas em farmácias de produtos naturais e ervas e até mesmo em feiras livres.

Finalmente, deve-se notar que as plantas medicinais devem ser levadas a sério. Portanto, evite o consumo excessivo e consulte sempre o seu médico antes de marcar qualquer tratamento.

Referências

(1) ALVES, A.C.S. et al. “Aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e terapêuticos do Hypericum perforatum L. Rev. bras. plantas med., Botucatu, v. 16, n. 3, p. 593-606, Setembro de 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1983-084X/12_149. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.

(2) ARNCKEN, T. “Johanniskraut (Hypericum perforatum L.) als lebendige Imagination der Depression“. Elemente der Naturwissenschaft, n.73, p.43-74, 2000. Tradução de Tania Cristina Walzberg. Disponível em: http://abmanacional.com.br/article/erva-de-sao-joao-hypericum-perforatum-l-a-imagem-viva-da-depressao/. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.

(3) LU, Yanhua; ZOU, Yanping; WEI, Dongzhi. “Antioxidant Activity of a Flavonoid-Rich Extract of Hypericum perforatum L. in Vitro”. J. Agric. Food Chem. v. 52, n. 16, p. 5032-5039, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1021/jf049571r. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.

(4) CHIOVATTO, Renato Davino et al. “Fluoxetina ou Hypericum perforatum no tratamento de pacientes portadores de transtorno depressivo maior leve a moderado? Uma revisão.” Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, v. 36, n. 3. p. 168-175, 2011. Disponível em: 10.7322/abcs.v36i3.57. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.

(5) SADDIQE, Zeb; NAEEM, Ismat, MAIMOONA, Alya. “A review of the antibacterial activity of Hypericum perforatum L.” Journal of ethnopharmacology, n. 131, v. 3, p. 511-521, outubro de 2010. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jep.2010.07.034. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.

(6) BARNES, Joanne et al. “St John’s wort (Hypericum perforatum L.) : a review of its chemistry, pharmacology and clinical properties“. Journal of Pharmacy and Pharmacology, n. 53, p. 583-600, 2001. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1211/0022357011775910. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.

(7) LÓPEZ, María Tránsito; MÁÑEZ, Carlota. “Plantas medicinais em casa“. Escrituras médicas, São Paulo, 2015.

(8) HENDERSON, L. et al. “St John’s wort (Hypericum perforatum): drug interactions and clinical outcomes“. British Journal of Clinical Pharmacology, v. 54, n. 4, p. 349-356, outubro de 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1046/j.1365-2125.2002.01683.x. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.