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O que é menstruação retrógrada? Conheça

Menstruação retrógrada

O que é menstruação retrógrada? Conheça

A menstruação retrógrada acontece quando o sangue menstrual segue em direção às trompas de Falópio e cavidade pélvica ao invés de sair pelo canal vaginal, provavelmente devido a um sistema de refluxo. Por conta disso, o fluxo menstrual não tem por onde ser eliminado e se espalha pela região pélvica, podendo se aderir aos órgãos adjacentes, tais como os ovários e as alças intestinais.

Mulher com dores geradas pela menstruação retrógrada
Imagem: Shutterstock

Considerando que o sangue menstrual contém células do endométrio, quando a menstruação retrógrada ocorre, existe o
risco dessas células crescerem — sobretudo devido ao incentivo hormonal a cada
novo ciclo menstrual — e coagularem, causando um intenso processo inflamatório.
Neste momento, aumentam as chances de desenvolvimento dos focos de endometriose.

A teoria que coloca o quesito como uma das causadoras da endometriose foi estabelecida por Sampson em meados da década de 1920. Apesar de não ser confirmada, nem tampouco a única a esclarecer as origens da endometriose, esta é uma das teorias mais aceitas pelos médicos especialistas em Ginecologia sobre a doença.

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Quais são os sintomas da menstruação retrógrada?

Os principais sintomas da menstruação retrógrada são bastante similares aos da endometriose, porém, isso não significa que toda mulher com regurgitação do fluxo menstrual terá a doença. Em algumas pacientes diagnosticadas com a regurgitação do fluxo menstrual, o próprio sistema imunológico se encarrega de expulsar adequadamente as células endometriais evitando, assim, o surgimento da endometriose.

Estima-se que cerca de 70 a 90% das mulheres apresentam menstruação retrógrada, no entanto, para algumas delas os sinais da quesito passam despercebidos. Os sintomas mais comuns de regurgitação do fluxo menstrual são:

  • Dor nos seios sem o sangramento menstrual;
  • Cólica menstrual intensa;
  • Irritabilidade;
  • Menstruação mais curta.

Como dito anteriormente, existem outras explicações que elucidam como a endometriose se desenvolve, portanto, ao perceber qualquer dos sintomas, é fundamental obter a avaliação de um ginecologista para se conferir da existência ou não da doença.

Menstruação retrógrada: causas e diagnóstico

A maioria dos estudos realizados sobre a regurgitação do fluxo menstrual tem como objetivo investigar as causas da endometriose. Por outro lado, algumas pesquisas indicam o peristaltismo uterino
— que é a contração da parede muscular do útero — como uma das causas prováveis
da menstruação retrógrada.

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Apesar de não possuir um senso geral na comunidade médica sobre a origem da regurgitação do fluxo menstrual, a paciente deve procurar um ginecologista de confiança logo que suspeitar da condição. O diagnóstico da menstruação retrógrada é realizado com base na anamnese(avaliação da saúde geral e histórico do paciente) e nos seguintes exames:

  • Ultrassonografia endovaginal;
  • Dosagem sanguínea do CA-125.
Imagem editorial que faz alusão à menstruação retrógrada
Imagem: Shutterstock

Qual é o tratamento da menstruação retrógrada?

Os resultados dos exames diagnósticos ajudarão o ginecologista a estabelecer o método terapêutico mais indicado para cada caso de menstruação retrógrada. Uma das formas possíveis de tratamento é por meio de medicamentos inibidores da ovulação ou da pílula anticoncepcional.

Caso a regurgitação do fluxo menstrual tenha gerado a endometriose, o tratamento pode ser realizado tanto por via medicamentosa quanto cirúrgica.

É comum ver algumas pacientes desconsiderarem os sintomas da menstruação retrógrada por acreditarem que se trata dos sinais fisiológicos do período menstrual. No entanto, quando os sintomas do ciclo menstrual impactam negativamente na qualidade de vida da paciente, é fundamental explorar a situação junto ao ginecologista.

Fontes:

Clínica Ginecológica BedMed

Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE);

Livraria Virtual em Saúde do Ministério da Saúde;

Secretaria da Saúde do Governo de São Paulo;

Fundação Americana de Endometriose.