A gravidez e o pós-parto compõem uma fase da vida da mulher que precisam ser avaliadas com especial cuidado, por envolver muitas mudanças físicas, hormonais, psíquicas e de inserção social, que podem refletir diretamente na saúde psicológico emocional da mulher.
A gravidez leva a mulher, a uma readaptação dos mecanismos corporais como também a uma readaptação psicológica. O sonho de ser mãe e a disposição em aceitar esse novo papel, absorverão grande parte do tempo da gravidez.
Os 9 meses da gestação são um período útil e suficiente para que haja uma transformação importante na vida da mulher, devido as responsabilidades que ela irá arcar pelo resto da sua vida.
Os estudos de neurociência avançaram muito nas últimas décadas, provando que tudo o que a gestante sente e pensa é repassado ao bebê por meio dos neurotransmissores, da mesma forma como são transmitidas substâncias como álcool e nicotina.
Os neurotransmissores são gerados em resposta à percepção que a mãe tem de seu ambiente e, passá- los para o bebê tem uma função adaptativa para a sobrevivência da espécie, uma vez que ele viverá neste mesmo ambiente.
No entanto, se a mãe vive problemas ligados a emoção há um crescimento na produção de hormônios como o cortisol e a norepinefrina, que alteram a organização e a função do cérebro do bebê, afetando sua capacidade futura de lidar com o estresse (HIOKI, et al, 2015).
O nascimento de um filho implica grandes mudanças na vida de ambos os pais. O ajustamento da mulher e do homem, ao seu novo papel, começa imediatamente após o parto.
É um processo onde os dois lados aprendem o comportamento materno e paterno e identificam-se como mãe e pai, sendo esse um longo percurso de aprendizagem, que exige paciência.
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Ter um filho no contexto atual das sociedades atuais parece ser mais difícil e complexo pois a criança tornou-se por um lado um “bem precioso” e, porque, impõe- se que ela seja “perfeita”.
A parentalidade é um processo maturativo, desenvolvimental, que permite a dois adultos, responder às necessidades físicas, afetivas e psíquicas do(s) seu(s) filho(s), retratando os laços de aliança e de filiação.
Desta forma a partir do conhecimento das alterações psicológicas abrangendo a gravidez como momento de crise biográfica e levando em conta que a saúde mental da mãe interfere no desenvolvimento fetal, nota-se a importância do acompanhamento psicológico neste período da vida da mulher.
Por estas razões, o trabalho da PSICOLOGIA PERINATAL e do PRÉ-NATAL PSICOLÓGICO devem ser de levar a gestante o equilíbrio emocional, a psicoeducação sobre suas queixas, a reestruturação cognitiva e a conscientização do exercício da maternidade real e suas implicações.
Mariah Ramiro
Psicologia