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Você conhece o poder de cura dos jardins? Nesse artigo você vai descobrir como esse espaço é capaz de oferecer vantagens para a saúde do corpo e da mente. Acompanhe a seguir!
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Você sabia que, além de deixar os ambientes mais bonitos e cheirosos, os jardins também podem contribuir com a nossa saúde? O contato com as plantas ajuda a melhorar a qualidade de vida e a evitar transtornos e doenças.
Segundo um estudo publicado na revista Mental Health Review Journal, realizado pela Universidade de Canterbury Christ Church, na Inglaterra, os jardins atuam como atenuadores de problemas relacionados à saúde mental, como: redução dos sintomas de depressão e ansiedade, redução de estresse e aumento significativo da capacidade de atenção e autoestima.
Jardins terapêuticos podem curar mais rápido
O poder de cura dos jardins foi comprovado até mesmo em relação a pacientes hospitalizados. Em um artigo publicado pela revista Scientific American, pessoas acamadas próximas a janelas, com visão de árvores e jardins, mostraram tendência a se recuperarem em até um dia mais rápido do que pacientes sem vista. Eles também utilizaram menos medicamentos para alívio da dor e apresentaram menos complicações no pós-operatório.
Pessoas acamadas, com visão de árvores e jardins, se recuperam mais rápido (Foto: depositphotos)
O engenheiro agrônomo e paisagista Gabriel Kehdi diz que as plantas são tão poderosas que existem, até mesmo, jardins projetados especificamente para contribuir com a recuperação de pacientes em tratamento; são os chamados jardins terapêuticos. “Os jardins terapêuticos podem trabalhar com plantas aromáticas, texturas e composições específicas, de acordo com o tratamento de pacientes que usam o espaço”, esclarece.
O paisagista acrescenta ainda que esse tipo de jardim possui cuidados especiais com os tipos de plantas cultivadas; com a segurança do local, utilizando pisos antiderrapantes, degraus e rampas; e com a salubridade do ambiente, em relação à umidade e insolação. Porém, ele faz uma ressalva: “qualquer jardim tem o potencial de contribuir com o bem-estar de seus visitantes, embora os jardins terapêuticos recebam atributos específicos para este fim”.
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Os jardins estimulam os cinco sentidos
Gabriel afirma que apesar de ainda não haver dados suficientes sobre a persistência do efeito positivo dos jardins a longo prazo, os seus benefícios para a saúde mental são indiscutíveis.
Um das razões para isso é que eles são capazes de saciar os nossos cinco sentidos: visão, olfato, audição, paladar e tato. A combinação dos vários elementos no jardim aguça os sentidos e cria o que se chama de distração positiva, um dos primeiros passos em busca da plena recuperação de doentes dos mais diversos tipos.
“Os jardins são criações complexas, feitos com técnicas de arte e ciência para reproduzir um ambiente capaz de estimular todos os cinco sentidos. A visão é estimulada pelas cores, volume, profundidade, luzes e sombras. A audição é estimulada pelo farfalhar das folhas ao vento, pelo canto dos pássaros e abelhas atraídas pelo jardim. O olfato é estimulado pelo aroma das flores, das folhas, da terra, dos temperos cultivados. O tato é estimulado pelas diferentes texturas das folhas, flores, ramos, frutos e terra. Já o paladar é estimulado pelos frutos que crescem no nosso jardim, e pelas plantas comestíveis que provamos”, explica Gabriel.
As plantas aumentam a produtividade no trabalho
As plantas também podem contribuir para melhorar o ambiente de trabalho, principalmente, em relação ao desempenho dos funcionários. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Queensland, plantas no ambiente de trabalho podem aumentar a produtividade profissional em até 15%, efeito que está relacionado com os benefícios psicológicos, como redução do estresse e ansiedade.
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“As plantas usadas na decoração de ambientes de trabalho também aumentam a satisfação dos funcionários e o envolvimento emocional com o espaço, contribuindo para o bem-estar da equipe”, reforça Gabriel.
Plantas no ambiente de trabalho podem aumentar a produtividade profissional em até 15% (Foto: depositphotos)
O problema é que, geralmente, dentro de casa ou em um escritório temos pouca disponibilidade de luz natural e pouco espaço para explorar um grande volume de opções de espécies. Isso leva a um grupo restrito de plantas capazes de aguentar esses ambientes. Portanto, é necessário escolher as plantas com base nas suas necessidades de luz.
“Se você trabalha ou mora em um local cheio de janelas amplas com salas inundadas pela claridade do dia, alegre-se, suas opções são muitas! Agora, se o seu ambiente tem pouca luz, é preciso fazer uma escolha mais limitada. Como nos ambientes fechados dificilmente teremos sol pleno, precisaremos escolher plantas de sombra ou meia sombra. Como exemplos temos: figueiras, samambaias, peperômias, fitônias, costela-de-adão e filodendro”, indica o profissional.
Outros benefícios dos jardins
Segundo Gabriel, uma das grandes vantagens de ter um jardim em casa é que ele nos permite escolher as plantas que queremos cultivar para consumo. Assim, podemos ter mais acesso a alimentos orgânicos e com finalidades específicas.
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“Quando cultivamos um jardim, temos o poder de escolher as plantas que possuem apelos emocionais, importante para criarmos uma conexão com o espaço. Cultivar o próprio jardim também permite que utilizemos espécies nativas importantes para atrair pássaros e polinizadores, contribuindo para a preservação do meio ambiente. Seja pela vista da janela, seja pelo passeio entre flores e folhagens exuberantes, um jardim tem o poder de cura para o homem e para a natureza”, ressalta o especialista.
O engenheiro agrônomo cita também uma pesquisa realizada pela NASA. O estudo revelou que cultivar plantas dentro de casa contribui com a melhoria na qualidade do ar e no aumento da umidade relativa, fatores essenciais para uma melhor qualidade de vida. “Plantas dentro de casa promovem a redução de substâncias orgânicas voláteis, ou seja, substâncias que possuem potencial cancerígeno”, explica Gabriel.
A pesquisa discute ainda a tendência da construção de prédios sem arejamento, ou seja, com circulação de ar reduzida ou viciada. Isso causa a chamada ‘síndrome do edifício doente’, conhecida por aumentar a tendência de doenças respiratórias nos habitantes do local.
“O cultivo de plantas dentro de ambientes fechados contribui com a redução desse efeito, sendo uma alternativa para melhorar a qualidade de vida dentro das construções”, revela o profissional.
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Como cultivar um jardim?
Gabriel afirma que cultivar um jardim em casa exige dois elementos básicos: espaço e luz natural. Além disso, as plantas também precisam de nutrientes e água para sobreviver.
“O espaço pode variar desde uma floreira na janela, até um grande quintal. Nutrientes e água podemos adicionar com facilidade. Já a luz natural é o recurso mais limitante. Muitas espécies de plantas aromáticas precisam de pelo menos 6 horas de sol direto todos os dias para crescerem bem”, informa.
Os jardins terapêuticos estimulam os cinco sentidos, aumentando a satisfação (Foto: depositphotos)
Para ter uma experiência completa de um jardim terapêutico, o especialista diz que é desejável cultivar plantas para consumo próprio. Mas, para isso, também é necessário que elas tenham bastante acesso à luz.
“Em ambientes sombreados e sem muitas horas de sol por dia, podemos cultivar plantas adaptadas à sombra, mas com um número menor de espécies aromáticas. Como a maioria das plantas de áreas sombreadas não são comestíveis, um jardim nessas condições terá apenas a função ornamental”, explica.
Porém, o engenheiro agrônomo reforça mais uma vez que os jardins ornamentais não deixam de ser um ótimo atributo terapêutico. O importante mesmo é ter contato com as plantas.
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