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O diabetes mellitus é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, um hormônio que regula os níveis de glicose no sangue e fornece energia ao corpo. A insulina é um hormônio que quebra as moléculas de glicose (açúcar), transformando-as na energia necessária para manter as células do nosso corpo.
Esses e outros desafios fazem parte do dia a dia de 12,5 milhões de brasileiros com diabetes. Agora, uma pesquisa inédita mapeou os impactos da doença na rotina de pacientes e familiares.
O diabetes afeta a rotina familiar de 80% dos pacientes brasileiros. Essa é apenas uma das revelações do estudo “Os altos e baixos do diabetes na família brasileira”, que traçou as dificuldades, desafios e caminhos para viver com mais qualidade de vida.
Brasileiros com diabetes
A pesquisa foi realizada entre maio e junho deste ano e é resultado de uma colaboração entre a Endodebate, unidade de inteligência do Grupo Abril, e a empresa global de saúde Novo Nordisk, que tem o compromisso de promover mudanças para superar o diabetes e outras doenças crônicas graves. Por exemplo, obesidade e doenças raras do sangue e endócrinas.
Ouviram-se 1.384 pessoas entre pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 que usam insulina além da família, residentes nas regiões Norte, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.
Embora seis em cada dez familiares participem dos cuidados relacionados à manutenção e saúde das pessoas com diabetes, como compra de medicamentos, alimentação, monitoramento e uso de insulina, o estudo constatou que cinco em cada dez admitem não estar preparados para ajudar no tratamento da hipoglicemia, quando há queda nos níveis de açúcar no sangue, quadro que pode levar a desmaios ou até a morte – por exemplo, apesar de se admitir pesado.
No total, mais de 40% dos pacientes afirmam que muitas vezes enfrentam quedas nos níveis de açúcar no sangue. Embora a maioria das famílias consultadas pela pesquisa sejam pais ou cônjuges, 15% delas nem sabem com que tipo de diabetes seus familiares vivem.
Engajamento familiar
Para Marília Fonseca, gerente médica da Novo Nordisk, esses números revelam oportunidades para as famílias se integrarem e participarem de mudanças de hábitos e adaptações, fazendo com que os pacientes se sintam mais estimulados e mais É possível compreender melhor a doença e sua saúde.
“Precisamos integrar o tratamento e o monitoramento como parte da rotina diária da família. O diabetes não impede um paciente de seguir com a sua vida, estudar, trabalhar, amar, ter sucesso e ser feliz mas, para isso, é importante encará-lo com responsabilidade. É muito importante que os familiares entendam o que é o diabetes e, além disso, compreendam suas responsabilidades no auxílio ao tratamento e manejo da doença, pois trata-se de uma condição crônica a ser enfrentada por toda a vida e que requer uma rede de apoio”, destacou.
Barreiras do tratamento com insulina
Este estudo enfatizou ainda que o uso de insulina tem impacto significativo na qualidade de vida do paciente e nos reflexos familiares. No entanto, a falta de prontidão no tratamento do diabetes ocorre mesmo em pessoas que vivem com a doença.
De acordo com o estudo, apesar de 70% das pessoas com diabetes entrevistadas usarem insulina há pelo menos cinco anos, 43% disseram não usar quando deveriam, atribuído à falta de tempo, esquecimento ou necessidade de medir a glicose.
Por outro lado, mais da metade acreditava que as primeiras diretrizes do médico para o uso de insulina não eram inteiramente satisfatórias. As razões que juntas tornam o tratamento com insulina bastante difícil.
De acordo com as respostas à pesquisa, 45% dos entrevistados alegaram que a rotina de aplicações do hormônio impacta o eixo familiar dos pacientes, 49% a rotina de trabalho, estudos e vida social; 58% o bem-estar mental; 60% o lazer e 63% as finanças.
Erros de conduta
Além de revelar a preocupante presença de erros no manejo da insulina, principalmente com a insulina de ação rápida (durante ou após as refeições), decorrentes da falta de compreensão e / ou adesão às recomendações médicas, muitos pacientes atribuem custo e disponibilidade, bem como conforto de uso, como uma das principais barreiras ao tratamento.
Outro fato a ser lembrado é que mais de 40% dos pacientes usam insulina em dose fixa. Esse hábito pode levar ao desequilíbrio dos níveis de açúcar no sangue e hipoglicemia. É considerado um desafio rotineiro para pacientes diabéticos em pelo menos quatro em cada dez pacientes.
Tudo isso aumentou as preocupações com o controle do açúcar no sangue. Quatro em cada dez pacientes calcularam apenas os carboidratos para comer e 41% não conseguiam medir o açúcar no sangue mesmo após as refeições.
Brasileiros com diabetes: distanciamento entre médico e paciente
Durante o estágio de isolamento social da pandemia, mais da metade dos pacientes diabéticos disseram não ter canais de comunicação com seus médicos.
Embora a maioria dos pacientes tenha o diagnóstico há pelo menos dez anos, muitos pacientes desconhecem a causa, não sabem reconhecer os sintomas ou a falta de sintomas na hipoglicemia, além de terem conhecimento limitado das consequências da doença. Complicações de longo prazo, como cardiovasculares.
De acordo com o endocrinologista e curador do estudo Carlos Eduardo Barra Couri, médicos e outros atores podem conscientizar o cotidiano com foco na qualidade de vida e na redução do risco de diabetes.
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“São informações diretamente ligadas ao dia a dia do nosso consultório e ao futuro do diabetes. Precisamos cada vez mais trocar experiências e conhecimento e tudo isso pode ajudar ainda mais na busca por soluções e caminhos que tragam uma melhor qualidade de vida aos pacientes brasileiros”, disse.
Disparidade entre conhecimento e prática
Estima-se que mais de 13 milhões de brasileiros tenham diabetes. Embora muitos estejam cientes das principais medidas de saúde associadas à doença, o estudo continua a revelar variações na prática.
Por exemplo, embora 81% dos entrevistados reconheçam a importância de uma dieta saudável, apenas 24% adotam uma dieta saudável em sua rotina.
Em termos de atividade física, 69% das pessoas entendem a contribuição do exercício para a qualidade de vida, mas apenas 25% das pessoas incorporam o exercício em suas atividades diárias.
Fonte: Novo Nordisk